domingo, 21 de julho de 2013

Neun.

Eu vejo e sinto, eu vejo coisa demais e sinto coisa demais. Há coisas que eu não devia saber, há coisas que eu não devia sentir. Há coisas que eu vejo sem querer, há coisas que eu sinto sem querer. Há coisas que eu sinto porque fui atrás de ver. Há coisas que eu vejo simplesmente por causa do que eu sinto.

De todas essas coisas, há duas que eu não entendo.

Por que eu sinto com tanta intensidade?

Por que eu vejo com tanta clareza?

Sei que isso é irreversível, mas eu acho que trocaria tudo o que eu tenho na vida pela anulação destes dois itens acima.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Acht.

Alles was ich lieben will zerbricht an mir und dann zerstört es mich.

Eu tento pensar que não é bem assim, que algo ainda precisa ser resolvido de alguma forma para que as coisas fiquem certas onde elas devem ficar, mas eu nem mesmo sei mais onde é que as coisas devem ficar.

Ou onde EU devo ficar.

Cada vez que eu penso qual é o meu lugar no mundo, eu entro numa espiral meio estranha. Eu começo a lembrar o que já me disseram. Já me disseram que eu era um anjo. Já me disseram que eu era mordível. Já me disseram que eu era a melhor. Já me disseram tanta coisa que eu nem consigo mais lembrar o que me disseram.

E toda vez que eu lembro qual foi a escolha que eu fiz, eu tenho vontade de arrancar as carnes do meu corpo e sair atirando pra todos os cachorros sarnentos que ficam vagando na rua.

Eu não me arrependo da escolha que eu fiz e provavelmente faria a mesma escolha novamente, por mais que eu sinta uma tristeza infinita quando eu me lembro como foi tomar a decisão e qual foi a consequência imediata. Porque não estava certo, não era mais certo continuar com aquilo.

Mas os cães sarnentos se saciariam plenamente porque a sensação de que aquela foi a escolha que me fadou a passar um tempo grande demais catando os pedaços da minha alma por aí e tentando colar junto com os retalhos do meu coração rasgado e ferido é algo que me faz entrar num misto de desespero frenético e resignação por não conseguir por pra fora o quanto dói sentir demais as coisas.

E o quanto dói ter que admitir que, mais uma vez, meu coração estacionou em local proibido, eu fiquei na esquina observando e crendo piamente que ninguém ia perceber e eu poderia mantê-lo ali por quanto tempo eu quisesse, até que o guincho chegou para retirá-lo dali, e no processo de remoção ele acabou se estropiando todo.

Wie und wann hast du deine Liebe für mein Herz verloren?…

 

Só pra piorar tudo, algo me diz que já está acontecendo de novo. Não exatamente da mesma maneira. Mas as peças já estão se movendo, como num tabuleiro de xadrez, e dessa vez a derrota virá em poucos lances por uma jogada conjunta entre o cavalo e a torre.